Inúmeros esquerdistas com espaço na mídia dedicaram-se ontem a desenvolver a tese de que o prêmio dado à atriz Fernanda Torres teria comprovado que eles sempre estiveram certos e não se pode esquecer o "golpe" dos militares ou anistiar as velhinhas "golpistas" de agora.
É isso mesmo que você leu: eles estão vendo os jurados do Globo de Ouro com uma espécie de voz de Deus e confundindo um prêmio dado a uma atriz como um certificado de aprovação ao tema do filme em que ela atuou e uma licença para tratarem os que consideram inimigos como bem entenderem.
O raciocínio é estúpido em tantos níveis que você é obrigado a deixar alguns de lado. Mas indo ao básico: o que tem a ver uma coisa com as outras? O profissional pode ganhar um Oscar de melhor ator fazendo o papel de Hitler. Marlon Brando e Al Pacino já levaram interpretando chefões mafiosos.
Isso seria uma comprovação de que a Máfia sempre esteve certa? Significaria que a famiglia Corleone não deve perdoar quem a ataca? Que a história contada naqueles filmes é a pura expressão da verdade e que os que nisso acreditam adquiriram o direito de condenar quem quiserem?
A luta do individualismo contra o coletivismo já está perdida dentro da mente esquerdista. As ideias-operárias ali se reúnem em blocos controlados por um comissário que passa os dias ao lado do telégrafo e coloca seu setor em atividade ao receber algum sinal de que um setor remotamente conectado ao seu foi ativado.
É assim que "prêmio dado à atriz do filme" acaba acionando "tudo o que eu penso sobre o tema do filme está certo". E eles acham que está tudo certo, se funciona na cabeça deles deve ser verdade.
Até o Eugênio
E não é só a turma do Esgotão ou a Milly. Essas coisas são feitas até pelo Eugênio, de que falamos aqui domingo e que só pelo nome já deveria estar acima das Cochises da vida. Se você lembrar, ele acusou os que não valorizam seu "jornalismo" de praticarem maldades como "execrar a ciência" e "caluniar a universidade".
Mas desde quando criticar uma vacina não testada (é disso que se trata) significa desconfiar de todas elas ou "execrar" a ciência como um todo? O sujeito precisa ser um idiota para ir de um ponto ao outro com essa ligeireza. Ou, como é mais provável no caso, precisa ser um malandro que pensa estar enganando os idiotas.
Do mesmo modo, se um setor da universidade permite que alguém como o Eugênio se destaque, é óbvio que esta parcela não merece mais respeito que ele. Mas isso não é uma crítica a toda universidade, muito menos uma calúnia.
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