Quem disse que fazer o bem não dá dinheiro? Notícia do mercado financeiro de um mês atrás informa que "com nova disparada atípica, a Ambipar (AMBP3) teve alta de mais de 1500% no ano e passou a valer mais que gigantes da bolsa como Embraer e Gerdau". E o que produz esse fenômeno que tanto cresce?
Produzir mesmo, nada. Um de seus maiores negócios (creio que o maior) é ser uma espécie de imobiliária que intermedia o arrendamento de áreas de floresta para quem precisa de "créditos de carbono". Seu cliente típico é uma indústria "suja" que aluga um tanto de floresta intocada para compensar a poluição que está causando.
Até aí tudo razoavelmente bem, trata-se apenas de uma oportunidade de negócios gerada pela paranoia das mudanças climáticas. Se a empresa está feliz em pagar pelo não uso da floresta e seu proprietário está feliz em receber, está bom para ambas as partes e mais ainda para o intermediário.
O problema é que recentemente, em Davos, enquanto o Barroso arrotava suas asneiras em público, nos bastidores o Ministério dos Povos Indígenas firmava um "memorando de entendimento" para que o grupo Ambipar possa participar da gestão de todas as terras indígenas do Brasil, uma área que abrange 14% do território nacional.
O negócio é escandaloso até para os padrões petistas. O ministério não pode fechar acordos em nome dos povos indígenas, a empresa foi escolhida sem qualquer consulta pública ou processo de concorrência, o acordo foi fechado sem que o Congresso pudesse analisá-lo e assim por diante.
Ao ser descoberto, o desgoverno reagiu qualificando as críticas ao acordo de fake news. Segundo eles, o objetivo da parceria é apenas ajudar os indígenas a formarem brigadas contra incêndios florestais, descartarem corretamente o lixo produzido pelas aldeias, aprenderem a monitorar suas reservas e coisas do tipo.
Tudo muito fofo. Mas o que a Ambipar ganha com isso? Quem a paga? E quem garante que seu nome não deriva na verdade de Ambições Paralelas? Ambições sobre os fantásticos recursos biológicos e minerais existentes nestes 14% de nosso território e até mesmo sobre a sua propriedade.
Essa não é uma suspeita infundada. Além desses desejos serem antigos, nos trechos em que se referem à necessidade de anuência dos povos indígenas para possíveis ampliações, os atuais responsáveis pelo ministério deixam subentendido o intuito de futuramente conceder mais "autonomia" às "nações indígenas".
Tudo isso saiu na imprensa. Mas não em toda ela e não com destaque. No três grandes do consórcio, por exemplo, se fala tão pouco do assunto como do desastre do desgoverno. Vamos torcer para que o Congresso o pegue quando voltar ao trabalho. Talvez um outro vídeo do Nikolas possa cair bem.
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