segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Cada qual com seu Natal

Para a maioria das pessoas, Natal é a reunião com a família, a troca de presentes e todo aquele clima que se vê na maioria das propagandas. Mas para quem faz as propagandas é a oportunidade de mostrar seu trabalho, para quem vende presentes é a de faturar mais, e assim por diante. 

Do mesmo modo, quem só pensa naquilo vai tentar usar as festas da época para fazer mais daquilo. Não só as festas de fim de ano de escritório, onde a azaração é a regra, mas também aquelas de amigos e familiares. E se tiver safadeza o UOL estará lá. 

"Chupou com vontade": no casamento da minha filha, meti muito com novinho é o título de uma matéria recente do portal. No texto, a senhora de 55 anos conta como aproveitou a festa da filha para mandar ver com a rapaziada convidada pelo noivo.

Eles ainda não publicaram nada equivalente para o Natal, mas é só esperar. A própria coroa com fogo no rabo pode relatar suas novas aventuras. Se não se importou em ser flagrada e esculhambar um evento único como o casamento da filha, não seria no Natal, que tem todo ano, que ela iria se constranger.

Imagine então se ela faz parte de uma daquelas famílias que se reúne inteira na casa da bisavó. Quantos primos, cunhados, sobrinhos e sobrinhos-netos devem estar dando sopa por lá. "Nossa, como você cresceu, Jorginho, vem aqui no quarto um instante que a titia quer te mostrar uma coisa."

Depois, na hora da ceia, a mãe do moleque diz: "Que bonito, que carinha feliz. Viu como é divertido se reunir com as pessoas, Jorginho?" E completa, virando-se para o lado: "A senhora acredita, vovó, que eu quase tive que trazer esse menino à força? Não queria sair da frente do videogame."     

A filha da tarada entra na conversa: "Ah, tia, nossas festas familiares estão famosas, até uns convidados do nosso casamento queriam passar o Natal com a gente. Né, querido?" Mas ele aproveita que todos estão falando e finge que não ouviu: "Hummm, que maionese deliciosa! A senhora tem que nos passar essa receita, dona Jacinta."

Hay que endurecerse

Quem não terá um Natal tão feliz é o intelectual marxista Aliso Man e Mascaro. Na ânsia de desviar a atenção do desgoverno, o Esgotão dedicou-se a defendê-lo com tanta ênfase que a gente acaba querendo ver o que diz realmente o Intercept.

Lá se descobre que tanto a identidade dos denunciantes como os fatos que eles relatam (datas de viagens, registros de entrada em prédios etc) foram checados. E há dezenas de denúncias além das publicadas, afastando a possibilidade de armação. 

Nem todos os assediados são gays e muitas cenas beiram o ridículo. Para alguns o tarado pedia um abraço e o cara achava meio estranho, mas não via motivo para recusar. Só que ele acabava se debatendo como num desenho animado, pois o professor não o soltava mais e ainda tentava beijá-lo.

Em outros casos o intelectual pedia para ver os músculos do sujeito, agarrava o seu saco ou tentava saber se ele tinha "o pau duro, pois é preciso ter tesão para fazer a revolução".  Uma releitura neoguevarista do marxismo clássico, evidentemente.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário