Tem a gordinha das pesquisas e tem a Cristina Tardáguila, a gordinha petista das "agências verificadoras" que, narizinho de professora do mundo empinado, dedicou seu mais recente artigo no UOL a ensinar o eleitor a não ser manipulado. Pelos outros, pois ela, no melhor estilo Barroso, o trata como idiota.
Não no começo. O artigo começa com uma lembrança internacional e a engata nos dados de uma pesquisa que, mesmo que os números não sejam exatos, revela algo interessante sobre o Brasil:
Talvez você não saiba que mais de 50% da população mundial vive hoje em regimes autoritários, sem eleições livres. Talvez não imagine que, no Brasil, 40% da população diz que "a democracia não é a melhor forma de governo" e que quase um quarto da população (22%) já afirma que "toleraria" a dissolução do Congresso Nacional.
Mas não é isso o que nós precisamos saber. Deixemos que Cris nos ensine o que é:
Mas o que você realmente precisa saber é que, assim como aconteceu com os americanos em 2020 e com os franceses há poucas semanas, há uma enorme chance de você estar sendo manipulado de forma a começar a duvidar da lisura do processo eleitoral. É hora, portanto, de ser mais esperto. Não se cale frente à insanidade. Rebata a desinformação com dados.
Depois ela vai passear pelo mundo, contando que num lugar desconfiam de uma coisa, no outro de outra e assim por diante. E em todos, segundo Cris, quem reclama não tem razão. Isto é meio estranho para uma verificadora da verdade, mas a moça parece acreditar que processo eleitoral é exemplo de lisura por si só.
Ou ela sabe que em alguns lugares há fraude, mas insinua que não para que o brasileiro conclua que ele não pode ser exceção? Seria uma lógica capenga, coisa de gente maldosa ou pouco inteligente, pois cada caso é um caso. Mas é uma possibilidade a considerar, pois a lógica da criatura despenca de vez quando ela trata do que nos interessa:
Comecemos, portanto, pelos mais óbvios. As urnas eletrônicas são usadas no Brasil desde 1996. Com elas, já foram realizadas 14 eleições municipais e gerais, além de centenas de pleitos suplementares em estados e municípios. Milhares de políticos foram eleitos por votos nelas registrados, e outras centenas de milhares se deram por vencidos, respeitando o resultado das urnas eletrônicas. Não há no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nenhum registro de ocorrência de fraude. Nem sequer de queixa.
Deixemos o secundário para ir direto ao ponto que a própria Cris negritou. Não há queixas formais porque estas não são aceitas sem provas. E não pode haver provas de nada porque a urna sem voto impresso é uma caixa preta que não pode ser contestada por ninguém.
Voltamos ao exemplo. O contador apresenta o resultado do mês, mas se recusa a abrir os livros para que o empresário confira se ele registrou corretamente as operações. É uma conversa de surdos: para provar a fraude é preciso abrir o livro; só abro se você provar que teve fraude; para provar a fraude é preciso abrir; só abro se você provar...
Intui-se que o Barroso entende bem isso e só utiliza o argumento por desonestidade intelectual. A Cristina a gente fica naquela dúvida que o petista costuma causar: será que ela é burra e acredita no que escreve ou malandra que pensa que os outros são burros e podem ser enrolados com facilidade?
De qualquer modo, ele sempre voltam ao ponto e nós devemos voltar a registrá-lo. O fato de darem voltas e voltas sem nunca deixar de usar esse argumento idiota para defender o atual processo demonstra cabalmente que eles não têm um melhor.

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