sábado, 18 de dezembro de 2021

Falando em línguas

Que o inglês é a língua mais falada nas residências dos EUA e o espanhol é a segunda, todo mundo já sabia. A surpresa é a terceira colocada, principalmente quando se considera a divisão por estados. Até o português tem a sua beiradinha, predominando em três pequenos estados. Veja o resultado geral:

Segundo o Instituto de Políticas Migratórias, nada menos que 22% da população americana declara falar uma língua diferente do inglês dentro de casa. Quase 70 milhões de pessoas estão nessa situação.

Destas, mais de 40 milhões - uma Argentina inteira! - falam espanhol. Se você considerar que muitos americanos devem arranhar o espanhol, talvez seja mais fácil se virar nessa língua por lá do que em inglês por aqui.

E como isso só tende a aumentar, dá para imaginar o que pode acontecer em mais alguns poucos séculos. Eu imaginei o espanish que já existe na costa oeste - "como se llama your son?" - se oficializando pouco a pouco e o inglês oficial se tornando uma espécie de latim da Idade Média.

Entre as demais línguas, predominam as orientais. O japonês não foi mencionado, mas 3% dos habitantes dos EUA têm como língua familiar o chinês (incluindo mandarim e cantonês), mais 3% utilizam o filipino tagalog, 2% o vietnamita e outros 2% o coreano. Embora sem a unidade dos falantes de espanhol, esse grupo não fica muito atrás.

Que o francês é a língua preferida de 2% da população não é surpreendente devido à proximidade com o Canadá. Mas o árabe tem o mesmo percentual.

E até o português é a língua familiar de 846 mil pessoas (1,2% da população), em boa parte concentradas nos estados de Massachusets, Connecticut e Rhode Island. Os três estão, por coincidência, "de frente" para Portugal. Mas o país de origem da maioria desses migrantes e descendentes imediatos é o Brasil. Esses dados são do censo de 2019 e foram retirados de uma reportagem da BBC. Outro ponto interessante revelado por eles é que aproximadamente 46% (20,7 milhões) dos 44,6 milhões de imigrantes com 5 anos ou mais disseram falar inglês "nem um pouco", "nada bem" ou apenas "bem". A propósito, em 1780 o congressista John Adam tentou tornar o inglês a língua oficial dos Estados Unidos. Mas isso nunca existiu por lá porque seus pares consideraram que a proposta era "antidemocrática e uma ameaça à liberdade individual".

Coisa mais atrasada esse negócio dos eleitos pelo povo decidirem. Se fosse por aqui o Lewandowiski daria 48 horas para o governo oficializar o português.


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