Em meio à cidade em chamas, tão horrorizada quanto os demais, Cassandra não deve ter deixado de dar um rápido sorrisinho de superioridade, um daqueles "não falei procêis?" que poucos resistem a soltar. Pois essa mesma mescla de sentimentos tomou nesta semana os seus herdeiros em terras brasileiras.
Refiro-me aos bravos da guerra híbrida e ao controle das urnas mágicas pelos militares após a direção do TSE ter sido assumida pelo general Fernando Azevedo, que comandou o Ministério da Defesa de Jair Bolsonaro até março passado.
Ah, ele saiu brigado com o presidente e sua presença é a garantia de que este não dará um golpe? Tolinhos, esta é a versão que os generais mandaram plantar na imprensa. Não perceberam que tudo foi um jogo de cena, um truque para a esquerda não ter como reclamar quando a eleição for fraudada?
Tudo por causa de Bolsonaro, o Sinon invertido. Este deixou-se capturar pelos troianos para convencê-los a aceitar o cavalo de madeira. Bozo seria aquele sujeito irritante que fica na frente do portão dizendo que não quer que eles toquem na oferenda aos deuses. O que eles acabam fazendo só para contrariá-lo.
Bolsonaro fez campanha aberta pelo voto auditável. Desesperados como a vidente, os híbridos gritaram que aquele era o momento de romper o transe hipnótico. Mas não adiantou. A pavloviana satisfação de impor uma derrota ao odiado foi mais forte e a esquerda votou em peso contra a impressão.
Agora, como vai reclamar? E para quem? Para o pessoal do TSE e do STF? Mas se a esquerda só os elogia quando chegam a descumprir a lei para perseguir os militantes do outro lado. Como vão criticá-los quando decidirem contra ela? Pobres esquerdistas que desconhecem as malandragens híbridas e caem em todas.
É isso, agora sim os militares estão com o controle total da eleição e podem utilizar seu poder para eleger... Bem, era sempre o Moro, que havia sido retirado de cena para reaparecer em nova fase um ano antes do pleito. Nisso os híbridos também acertaram. Mas percebe-se que algumas dúvidas começam a surgir.
O fraquíssimo desempenho do ex-juiz pode colocar o plano em risco, esse negócio de trocar voto eletrônico não pode ser exagerado. Talvez os generais decidam manter o genocida. Ou até optem por Lula para sancioná-lo antes da posse. Nesta última hipótese, quando a portinhola do cavalo fosse aberta todos veriam a cara do Alckmin.
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